Antes que tudo se esfume - Alegrias e Tristezas... (continuação)
Só tenho um irmão mas, mas desde os meus dez anos até aos dezassete, partilhei a minha casa com mais quatro ou cinco jovens da mesma idade: aqueles cujos pais, das aldeias próximas, podiam proporcionar aos filhos a continuação dos estudos na cidade. Após o exame de admissão ao Liceu e/ou à Escola Técnica, seguiam-se, no primeiro caso, mais cinco ou sete anos, e na Escola, mais cinco ou seis anos. Acho que já referi isto mas vou fazê-lo de novo: no Liceu, os alunos iam até ao quinto ano e, caso não pretendessem continuar estudos superiores, ficavam por ali e não era muito difícil entrar a seguir no mercado de trabalho; quem pretendia ou podia seguir, fazia o sexto e o sétimo anos, a admissão à Universidade no curso previamente escolhido e depois seguia para Porto, Coimbra ou Lisboa. Digo previamente porque, após o 5º ano, os alunos escolhiam seguir Letras ou Ciências.
No caso da Escola Técnica, os alunos matriculavam-se ou no Curso Comercial ou no Curso Industrial (geralmente rapazes) ou no Curso de Formação Feminina. Salvo erro, havia também um curso nocturno, e logo que confirme, eu completarei ou rectificarei. Fazia-se o quinto ano e, tal como no Liceu, ou se parava por ali, ou se seguia em frente para fazer a Secção Preparatória Comercial ou a Secção Preparatória Industrial, com vista a ingressar no Instituto Comercial ou no Instituto Industrial, em Lisboa ou Porto ( não me lembro se existiam em Coimbra ou noutra cidade...).
Ingressei na Escola Técnica, no Curso Comercial.
Nos dois primeiros anos do Liceu e da Escola, as disciplinas lecionadas eram praticamente as mesmas. A partir do terceiro ano, o leque de disciplinas, na Escola, era diferente: a Matemática passava a ser Cálculo, existiam disciplinas como, Economia Doméstica, Noções do Comércio, Contabilidade, e outras de que já nem me lembro...
Na Secção Preparatória Comercial (a que frequentei e concluí), eram lecionadas somente três disciplinas: Português, Matemática e Físico-Química.
Confesso que fiz de má vontade este ano lectivo, não só porque tinha disciplinas para as quais não tinha "queda" (Matemática e Físico-Química), mas também porque, para o final, a minha mãe teve de ir para umas Termas, portanto a época mais difícil que era a da preparação para os exames e, sobretudo, porque andava muito ansiosa, angustiada, sei lá!
Ingressei na Escola Técnica, no Curso Comercial.
Nos dois primeiros anos do Liceu e da Escola, as disciplinas lecionadas eram praticamente as mesmas. A partir do terceiro ano, o leque de disciplinas, na Escola, era diferente: a Matemática passava a ser Cálculo, existiam disciplinas como, Economia Doméstica, Noções do Comércio, Contabilidade, e outras de que já nem me lembro...
Na Secção Preparatória Comercial (a que frequentei e concluí), eram lecionadas somente três disciplinas: Português, Matemática e Físico-Química.
Confesso que fiz de má vontade este ano lectivo, não só porque tinha disciplinas para as quais não tinha "queda" (Matemática e Físico-Química), mas também porque, para o final, a minha mãe teve de ir para umas Termas, portanto a época mais difícil que era a da preparação para os exames e, sobretudo, porque andava muito ansiosa, angustiada, sei lá!
No final do quinto ano, tinha decidido terminar por ali a vida escolar e procurar emprego. Os meus pais não tinham condições para eu prosseguir. Se eu trabalhasse, poderia, mais tarde, prosseguir à minha custa.
Tenho que dizer, mais uma vez, que já no escrito intitulado Finalistas 65/66, referi o motivo que me levou a matricular-me na Secção Preparatória Comercial. Na verdade, foi porque alguém, por quem eu tinha uma afeição desmedida, opinou nesse sentido; adiantou até que eu poderia depois tirar o curso de Professora Primária... engraçado porque, naquela época, para as raparigas não se via muito outra profissão, ou seja, para as que continuavam após o quinto ano. No entanto, não era essa a minha ambição. Professora, talvez sim, mas não Professora Primária, por mais que eu tivesse em grande conta esse curso e quem o tirava, como tinha sido o caso da minha avó materna.
Curiosamente, esse alguém, também tinha tido que optar por um curso superior, que balançou por Direito, Economia ou Engenharia, também devido a diversas opiniões e palpites. A minha foi por Economia (devido às suas competências matemáticas), mas a escolha recaiu em Engenharia. Foi a escolha errada, porque acabou mesmo por transitar para Economia.
Muito ilusoriamente, achei que a minha opinião tinha tido alguma influência.
Também muito ilusoriamente, achava que a minha afeição era correspondida.
Mas levou muito, muito tempo, para que me desse conta disso!
Reinalda - O ano do meu quinto ano.
Tenho que dizer, mais uma vez, que já no escrito intitulado Finalistas 65/66, referi o motivo que me levou a matricular-me na Secção Preparatória Comercial. Na verdade, foi porque alguém, por quem eu tinha uma afeição desmedida, opinou nesse sentido; adiantou até que eu poderia depois tirar o curso de Professora Primária... engraçado porque, naquela época, para as raparigas não se via muito outra profissão, ou seja, para as que continuavam após o quinto ano. No entanto, não era essa a minha ambição. Professora, talvez sim, mas não Professora Primária, por mais que eu tivesse em grande conta esse curso e quem o tirava, como tinha sido o caso da minha avó materna.
Curiosamente, esse alguém, também tinha tido que optar por um curso superior, que balançou por Direito, Economia ou Engenharia, também devido a diversas opiniões e palpites. A minha foi por Economia (devido às suas competências matemáticas), mas a escolha recaiu em Engenharia. Foi a escolha errada, porque acabou mesmo por transitar para Economia.
Muito ilusoriamente, achei que a minha opinião tinha tido alguma influência.
Também muito ilusoriamente, achava que a minha afeição era correspondida.
Mas levou muito, muito tempo, para que me desse conta disso!
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