Antes que tudo se esfume - Mea Culpa! Alegrias e Tristezas
Não tenho ligado nada ao meu velho blogue.
Fico admirada quando o abro e vejo que já passaram anos depois da última vez. De facto, o último escrito data de 2014 e já estamos quase a meio de 2017.
Quanto tempo!
Quantos acontecimentos!
Quantas perdas já tive!
Já não tenho tios e tias e, pior do que tudo, já não tenho MÃE!
Andei a publicar aqui as minhas lembranças mais antigas, antes que me fugissem da memória. Agora quase vivo só de lembranças, se bem que recentes. Estou em baixo, por isso acho que me devo desculpar pelos disparates que possa escrever.
Fui reler o que escrevi por último em 2014, e vi que terminei a dizer que foi na casa da Travessa do Pardal e na Escola Técnica, que vivi as maiores alegrias e tristezas.
De facto sim, por serem talvez as que me marcaram mais, naquela época da vida a que agora chamam de adolescência e a que na altura não chamavam nada. Era-se um rapaz ou uma rapariga, que deviam comportar-se com juízo e ponto final.
Agora sei que levei demasiado a sério esse preceito, mas se o levei, foi também porque era da minha natureza que assim fosse. Havia rapazes e raparigas que por vezes pisavam o risco, mas dada a raridade desses acontecidos, eram muito censurados por todos, incluindo seus pares. Os pais entendiam isso como uma vergonha para a família, por isso tomavam medidas drásticas como, transferir os filhos para outro estabelecimento de ensino noutra localidade, ou tirá-los pura e simplesmente da escola e pô-los a trabalhar no duro. Para além claro, das tareias monumentais. Lembro-me de alguns desses casos.
Ah! Uma foto do meu tempo de rapariga...
Jardim José de Lemos - Eu estava sempre sisuda...
Bem, estou outra vez nas lembranças antigas, por isso será melhor que as destaque, como fiz com as anteriores. Vou dar-lhe também um título:
Antes que tudo se esfume - Alegrias e Tristezas da adolescência
Sempre fui muito obediente e cumpridora dos meus deveres, refiro-me aos deveres domésticos, porque não se concebia que uma rapariga não trabalhasse em casa. Na Escola, fiz o que pude, por vezes estudei mais, por vezes estudei menos, desta segunda opção restou-me o amargo de um chumbo no 4º ano (agora 8.º ano). Chamei-lhe "opção", mas está errado, eu não optei por não estudar, simplesmente não o conseguia fazer. A minha cabeça quase estoirava de tanta preocupação e de tanto sentimento novo: por um lado, era a situação em casa, a minha mãe quase sempre doente, o meu pai, instável, muitos afazeres domésticos porque éramos muitos em casa, por outro, era o meu coração que andava muito agitado, inebriado, mas também angustiado, com sentimentos como o do amor e também de novas amizades, que me deixavam de rastos; não conseguia reter nada do que lia nos livros escolares, por mais vezes que lesse uma página, chegava ao fim sem saber o que tinha lido. Afinal, não é que viesse a ter muitos maus resultados, o meu problema incidia principalmente na Física e no Cálculo, que já eram as matérias para que sentia não ter muitas aptidões. O pior é que a elas se juntou o Francês, e tenho que dizer que não só por culpa minha, mas sim de uma má professora, que infelizmente era casada com o professor de Cálculo... foi um desastre. Acabei por passar a Física mas às outras duas... chumbo grosso!
Nesse ano não precisei que alguém me dissesse que as minhas férias de Verão iam ser diferentes: eu costumava ir para Almada para casa dos meus tios, no mês de Agosto, mas nesse ano eu disse logo que não iria e que queria trabalhar ou aprender alguma outra coisa. Tinha o sonho de aprender a tocar piano, havia lá quem ensinasse, mas depois de saber quanto as aulas iriam custar, a minha mãe disse logo que não e eu concordei. Acabei então por ir para a empresa de máquinas de costura Singer, que dava cursos de bordados à máquina. Era no largo da Sé, ficava perto de casa e deu certo. Passei lá o Verão, aprendi e bordei algumas coisas, incluindo um lençol que ainda tenho:
No ano lectivo seguinte, houve várias mudanças: de alguns professores e de edifício. Fiquei no edifício-sede da Escola, que era mais perto de casa; isso foi bom, e a mudança de alguns professores também, como a de Francês, que passou a ser a esposa do Director da Escola. Foi com esta professora que aprendi muito mais a língua, o que me entusiasmou para iniciar uma correspondência com duas ou três jovens francesas. Obtive a sua morada numa revistinha que recebia pelo correio, chamada Fagulha, que proporcionava estes contactos.
Não guardei nem um exemplar da revista, o que hoje lamento, mas enfim, também não guardei ou retive muitas outras coisas, paciência!
Ganhei portanto novas amizades, mesmo que à distância, mas também as ganhei ao vivo, na nova turma, e que amizades: duas primas, de que nem sequer sabia da existência, e mais umas novas colegas, de que nunca mais me esqueci e me acompanharam até sairmos da Escola, três anos depois.
Como muito se diz, "há males que vêm para bem", e considero que foi assim comigo, a partir desse ano, tudo melhorou a nível escolar. O meu quinto ano então, decorreu lindamente!
Mas não posso dizer o mesmo em relação ao resto...
Ganhei portanto novas amizades, mesmo que à distância, mas também as ganhei ao vivo, na nova turma, e que amizades: duas primas, de que nem sequer sabia da existência, e mais umas novas colegas, de que nunca mais me esqueci e me acompanharam até sairmos da Escola, três anos depois.
Como muito se diz, "há males que vêm para bem", e considero que foi assim comigo, a partir desse ano, tudo melhorou a nível escolar. O meu quinto ano então, decorreu lindamente!
Mas não posso dizer o mesmo em relação ao resto...
Aqui está a sede da minha Escola, onde passei otrês últimos anos de estudos.
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