Memórias de leituras juvenis
Há uns tempos, andava eu em grandes arrumações com vista a desfazer-me de vários objectos, desde pequenos móveis, utensílios, bibelôs, roupas, sapatos e também CDs e livros (de vez em quando tenho de fazer isso para poder continuar a habitar neste espaço que é a minha casa...) quando dei com uma relíquia cujo conteúdo literário ainda consta das minhas memórias de final de adolescência.Recordei-me das razões que me levaram a conservar o livro até aos dias de hoje: primeiro porque foi certamente a primeira obra de um autor estrangeiro que eu li, e segundo porque o romance me marcou bastante por ser baseado em factos verídicos e me mostrar a realidade histórica e trágica de dois países do continente americano no século XVIII, que eu, na altura, desconhecia. Sobre a autora, escrevia-se que tinha ganho um prémio a nível da Literatura Juvenil com um outro romance e que este, "Uma Inglesa no Cativeiro", não lhe ficava atrás em termos de verdade histórica e traçado psicológico das personagens (...)A obra era datada de 1957 e a autora, americana, chamava-se Elizabeth George Speare. O exemplar que conservo, adquiri-o na primeira década de 70 quando já trabalhava em Lisboa, editado pela Portugália Editora precisamente em 1970, mas quando me chegou às mãos pela primeira vez, foi através da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, quando eu ainda vivia na minha cidade natal, a Guarda, ou seja, nos anos 60. Nessa época, a escolha das leituras para rapazes e raparigas, excluindo a de alguns dos clássicos portugueses, ainda se regiam pelo que era considerado adequado a cada sexo, e este era dos que pertencia à recomendável colecção da "Biblioteca das Raparigas".
Claro que conservo ou conservei durante bastantes anos vários outros, refiro-me aos clássicos portugueses, alguns dos quais ainda agora releio com gosto e cujas primeiras leituras constituíram para mim os poucos momentos de grande prazer nessa minha longínqua e pouco feliz adolescência. Desses, relembro especialmente os livros do Júlio Dinis, de que destaco a “Morgadinha dos Canaviais” e “Uma Família Inglesa”, os do Eça de Queirós, com os seus inesquecíveis “Os Maias” e “As Cidades e as Serras” entre outros, o Almeida Garrett com, principalmente, “O Arco de Santana” e as “Viagens na Minha Terra” e os de um certo Nuno de Montemor, o fundador do Lactário da minha cidade e autor de contos e de romances como o tocante “Maria Mim” ou “A Paixão de Uma Religiosa”.
Claro que conservo ou conservei durante bastantes anos vários outros, refiro-me aos clássicos portugueses, alguns dos quais ainda agora releio com gosto e cujas primeiras leituras constituíram para mim os poucos momentos de grande prazer nessa minha longínqua e pouco feliz adolescência. Desses, relembro especialmente os livros do Júlio Dinis, de que destaco a “Morgadinha dos Canaviais” e “Uma Família Inglesa”, os do Eça de Queirós, com os seus inesquecíveis “Os Maias” e “As Cidades e as Serras” entre outros, o Almeida Garrett com, principalmente, “O Arco de Santana” e as “Viagens na Minha Terra” e os de um certo Nuno de Montemor, o fundador do Lactário da minha cidade e autor de contos e de romances como o tocante “Maria Mim” ou “A Paixão de Uma Religiosa”.
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