Reencontros
- No escrito sobre os meus tempos na Rua do Amparo e da minha vizinhança, mencionei que me sentira triste com a partida para Angola, da minha amiga de brincadeiras, chamada Lenita.
Pois bem!
No passado dia 28 de Maio, deste ano de 2018, acordei de madrugada e sem quê nem porquê, veio-me à lembrança essa minha amiga, bem como a família dela que conheci: avós, pais e tia.
No dia seguinte, quando estava no supermercado, recebi no telemóvel uma chamada de um número que não reconheci, mas que resolvi atender. A senhora que falou comigo perguntou-me se estava a falar com a "Elisinha da Guarda". Respondi que, da Guarda eu era, mas se era a pessoa que ela procurava, é que não sabia se seria ou não. Ela afirmou que de certeza era eu a pessoa que procurava e falou logo no nome dos meus pais e avó. Acrescentou que quem lhe dera o número de telefone fora uma moça prima minha, vizinha da mãe dela, lá na cidade. Depois perguntou-me se me lembrava do Snr. Zé da Bárbara e aí eu tive a certeza que era com a Lenita que estava a falar, mas nem queria acreditar que tal estivesse a acontecer. Depois de um bom bocado de conversa, fiquei a saber que tinham regressado de Angola em 1975, viviam lá na cidade desde então, que o pai morrera recentemente, mas a mãe lá continuava ainda. Ela mora na Póvoa de St.º Adrião, mas vai lá com frequência.
Depois de 62 anos sem notícias e a pensar que ela e a família tinham ficado lá por Angola, eis que reapareceu assim, de repente. Fiquei muito contente com isso.
No dia 31 de Maio, que foi feriado do Corpo de Deus, fomos para a Guarda, eu, o meu irmão e cunhada. Telefonei-lhe a dizer que estava lá e ela disse-me que também iria no dia seguinte, para visitar a mãe. Combinámos que nos encontraríamos.
No sábado, dia 2 de Junho, fui então ter com ela ao jardim José de Lemos, onde existe um quiosque-café, chamado Pepe. Ela estava lá sentada na esplanada e logo a reconheci, e ela igualmente. Conversámos muito, relembrámos o passado, as pessoas, e fiquei surpresa com o facto de, tendo nós, afinal, conhecimentos comuns lá na cidade, nunca algum deles me ter falado dela e da família.
Depois o meu irmão foi lá ter connosco (dele não se lembrava tanto, era mais pequeno quando ela partiu), conversámos mais um pouco e depois levou-nos a casa da mãe dela, que fica lá para os lados do mercado municipal. A mãe dela, D. Conceição, tem 87 anos, e reconheceu-me. Falámos muito, contou-nos coisas de até antes de nascermos, da minha avó, tios, e do casamento dos meus pais, para o qual ela e a irmã Helena, foram convidadas.
Ah! A minha amiga falou-me também de outra miúda que connosco brincava e de que eu já me esquecera, a Aurita. Depois que ela falou, lembrei-me logo, era mais novinha que nós, vivia no prédio dos avós dela, no andar de cima, prédio onde ela morava também.
Ah! A minha amiga falou-me também de outra miúda que connosco brincava e de que eu já me esquecera, a Aurita. Depois que ela falou, lembrei-me logo, era mais novinha que nós, vivia no prédio dos avós dela, no andar de cima, prédio onde ela morava também.